Em 1910 o trabalho insistente de uma família paulista começou a aparecer: os irmãos Fernando e Orlando de Almeida Prado dedicavam-se incansavelmente a projetar o algodão como matéria prima essencial para a economia brasileira.
O Dr. Orlando de Almeida Prado, “dublê” de político e agricultor, liderava uma importante ala do Partido Republicano Paulista, o P.R.P. que dominava São Paulo e a Republica. Aqui vale ressaltar que no tempo do Império, a primeira convenção Republicana, ou a CONVENÇÃO DE ITU, foi realizada na residência de José Vasconcelos de Almeida Prado, tio do Dr. Orlando , na cidade de Itu, onde se encontra localizado hoje o Museu Paulista de Itu.
Como deputado estadual, o Dr. Orlando dedicava-se a proteção dos produtos da terra, pois, pertencente a tradicional família de fazendeiros, achava que na lavoura estava a salvação do Brasil.
Liderou campanhas do melhoramento do plantio do café. Foi o primeiro a pensar em reflorestamento e juntamente com técnicos da secretaria do estado de São Paulo introduziu plantio de eucalipto como meio mais rápido e econômico na reposição de arvores derrubadas para a formação de pastagens, das lavouras de algodão, cana de açúcar, café e outras culturas tão necessárias para o abastecimento e produção de divisas oriundas de exportação destes produtos.
Atuou inclusive na pecuária de forma pioneira promovendo estudo da raça “AFRICANER”, gado bovino de peso apreciável, alem de grande rusticidade e adaptabilidade às condições climáticas brasileiras.
Convenceu o Conde Matarazzo, grande industrial e considerado naquela ocasião uma das maiores fortunas do mundo, a importar e pesquisar o primeiro lote desta raça, sendo mais tarde preterido por gado Zebu de origem indiana, que hoje predomina amplamente no rebanho brasileiro.
Percebe-se junto ao exposto o caráter empreendedor deste paulista combativo, principalmente no interesse daquilo que poderia ser de alguma forma importante para o Brasil.
Assim o foi na cultura algodoeira, na regulamentação do seu comercio lutando com seus companheiros de Associação Comercial de São Paulo no sentido de fundar uma bolsa de mercadorias que reunisse, em seus pregões, mercadorias importantes como o algodão, que se negociava sem os necessários princípios rígidos de sua regulamentação adequada.
O café, na época nosso principal produto de exportação, era comercializado na Bolsa de Café em Santos com plena aceitação dos produtores, beneficiadores, comerciantes e exportadores.
Era necessário criar um mercado regulador para o algodão.
Foi então que em 1917, juntamente com seus companheiros de Associação Comercial, o Dr. Orlando de Almeida Prado participou da fundação da tradicional e sempre respeitada Bolsa de Mercadorias de São Paulo a qual teve em seus quadros operosos corretoras como Suplicy , Almeida Castro , os Brinas, os Lefevres e os Almeida Prado, alem de outros, também importantes, que engrandeceram a Bolsa e deram inestimável contribuição ao comercio de algodão.
Os irmãos Orlando e Fernando plantaram, beneficiaram e foram os primeiros exportadores do algodão paulista para Inglaterra e Japão e suas marcas Copas, Ouros, Paus e Espadas eram conhecidas, apreciadas e respeitadas no mercado internacional.
Foi através da Bolsa de Mercadorias de São Paulo que a classificação do algodão ganhou respeito e segurança na comercialização do produto.
Os regulamentos internos da Bolsa davam segurança aos negócios, como ainda dão, e, a instituição de seus corretores garantiu a aplicação das boas normas nas transações e davam um caráter oficial aos contratos.
A família Almeida Prado sempre teve seus representantes no mercado: Os filhos de Fernando, Sergio e Flavio e os descendentes do Dr. Orlando , Bento Luiz, José Ulpiano, Jorge Francisco, o Bassú, e Orlando Filho fizeram parte de LLOYD´S Almeida Prado, e foram sempre bastante ativos no mercado de algodão. José Ulpiano de Almeida Prado, o Zezé, foi, por vinte anos , Presidente da Bolsa de Mercadorias de São Paulo e por cerca de oito anos presidente do Comitê Internacional do Algodão, órgão que congrega paises produtores de algodão do mundo inteiro.
Um grupo de corretores de valores, antevendo um futuro nas atividades no agro-negócio, fundou a Bolsa Mercantil e Futuros, BM&F , cujas atividades ganhavam grande futuro. Cogitou-se então, de promover a fusão entre a BM&F e a BMSP, detentora então de todos os contratos de futuros agrícolas em especial do algodão, do café, da soja, do boi gordo e tambem do ouro.
Depois de árdua, paciente e demorada negociação liderada por José Ulpiano de Almeida Prado, em 1991 realizou-se histórica assembléia Geral que tratou da fusão e sua complementação. Desta fusão nasceu uma outra BM&F, porem com novo nome, a de Bolsa de Mercadoria e Futuros.
Até hoje a família Almeida Pardo permanece no algodão, nunca tendo deixado esta cultura tão fascinante. Dos descendentes do Dr. Orlando, continuam no mercado como corretor, Orlando de Almeida Prado Neto, derradeiro representante desta dinastia, mas que por certo não será o ultimo a representar esta família de bandeirantes no mercado algodoeiro que nele atuou e ainda atua nestes últimos 100 anos! Sem dúvida, a Fibra é uma das mais antigas e tradicionais empresas do ramo.
Atualmente, nossa corretora conta também com outro sócio, Christian Reich, que tem toda a sua carreira profissional ligada ao mercado têxtil e ao comércio exterior, tendo trabalhado tanto no lado do trading quanto no lado da indústria, por mais de 30 anos.
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